Avançar para o conteúdo

Visitar Dijon, a capital da Borgonha

Quando começámos a planear esta viagem à Borgonha, o itinerário ganhou forma rapidamente. Alguns dias em Beaune, o casamento de uns amigos em Corgoloin, e depois dois dias em Dijon para terminar. No dia seguinte à festa, seguimos pela famosa Rota dos Grandes Vinhos da Borgonha, em direção à capital da região, Dijon.

No programa: museus, o famoso percurso da coruja, símbolo de Dijon, para descobrir a cidade a pé, visitas a prestigiados domínios vinícolas e castelos de renome — tudo, claro, acompanhado por irresistíveis momentos de gastronomia.

✤✤✤

Visitar Dijon: o que ver e fazer?

Como referi na introdução, Dijon é a capital da Borgonha. Esta região histórica do centro-leste de França é, acima de tudo, um dos principais territórios vitivinícolas do país. Conhecida mundialmente pelos seus vinhos e pela sua gastronomia, a cidade possui também um património arquitetónico impressionante, uma história riquíssima e inúmeros atrativos culturais que merecem ser descobertos.

Museu de Belas-Artes de Dijon

Trata-se de um dos museus de belas-artes mais antigos e importantes de França. Possui vastas coleções distribuídas por vários andares, que vão desde a Antiguidade até à Idade Média. O museu dá também destaque a numerosos artistas borgonheses, bem como a vários artistas contemporâneos. Pinturas, desenhos, esculturas — há algo para todos os gostos entre as mais de 130 mil obras conservadas.

Para além das suas coleções permanentes, o museu apresenta igualmente exposições temporárias muito interessantes. E o que torna o local ainda mais especial? O museu está instalado numa das alas do antigo Palácio dos Duques da Borgonha. Outrora residência dos duques da Borgonha e, mais tarde, do rei, o edifício acolhe hoje o museu de um lado e a câmara municipal do outro.

No nosso caso, fizemos uma visita guiada de cerca de duas horas, o que nos permitiu ter uma visão geral do que está exposto. Se é realmente amante das belas-artes ou apaixonado por um dos períodos apresentados, recomendo vivamente que reserve mais tempo para a visita. Nós tínhamos outra atividade logo a seguir e não pudemos demorar-nos, mas é fácil perder-se por lá durante várias horas.

Torre Philippe le Bon

Gosta de ver uma cidade do alto? Aprecia panoramas de 360 graus? Então recomendo vivamente subir ao topo da Torre Philippe le Bon. Esta torre, de estilo clássico e renascentista do século XV, faz parte do Palácio dos Duques da Borgonha. Ergue-se a 46 metros de altura e, para chegar lá acima, é preciso subir 316 degraus — mas a vista vale bem o esforço!

Estamos na Borgonha, onde os telhados são decorados com belas telhas coloridas e vidradas. A visita é acompanhada por um guia que explica a história do local e partilha também alguns dos seus segredos. Quando se chega ao topo, o guia indica ainda os principais pontos turísticos da cidade, ajudando-nos a orientar-nos.

Em dias claros, é até possível avistar o Mont Blanc ao longe! Consulte os horários e reserve a sua visita antecipadamente no site do posto de turismo de Dijon.

O Percurso da Coruja

Trata-se de um itinerário que percorre a cidade e permite descobrir os seus diferentes pontos de interesse. Na versão tradicional, o percurso conta com 22 etapas no centro histórico. Desde 2011, foram acrescentados três novos circuitos, com mais 15 paragens.

Fomos buscar o folheto no posto de turismo e seguimos a coruja pelos quatro cantos da cidade! O percurso está muito bem concebido: seguimos o mapa em papel, com todas as explicações, e também a pequena coruja dourada marcada no chão. Como o itinerário forma um circuito, é fácil começar “em qualquer ponto” e parar quando quiser.

Existe igualmente uma aplicação móvel dedicada ao percurso, embora não a tenhamos experimentado. Igreja de Notre-Dame, telhados coloridos e vidrados, pátios interiores secretos, antigos palacetes (como o Hôtel de Vogüé), o mercado coberto de Dijon… Adorámos seguir o Percurso da Coruja: é divertido, educativo e ideal para todas as idades.

E afinal, porquê a Coruja? Simples: para quem não sabe, a coruja é o símbolo da cidade de Dijon. Está, aliás, esculpida num canto da fachada da igreja de Notre-Dame — e diz-se que dá sorte a quem a toca. 🙂

Museu Rude

Este museu de arte é inteiramente dedicado ao escultor dijonense François Rude, e inclui também uma secção arqueológica do antigo castrum de Dijon. Situa-se ao longo do Percurso da Coruja e a entrada é gratuita — por isso, não há razão para não o visitar!

Logo à entrada, encontramos a sua peça principal: uma réplica da estátua presente no Arco do Triunfo de Paris uma das obras mais emblemáticas do artista.

Igreja de Notre-Dame de Dijon

Considerada uma verdadeira obra-prima da arquitetura gótica do século XIII, esta igreja é realmente imponente. A sua fachada é muito particular, com numerosos arcos e gárgulas. Uma das suas grandes singularidades está também no relógio situado no campanário: o Jacquemart de Notre-Dame.

O relógio possui quatro autómatos — dois deles, apelidados Jacquemart e Jacqueline, tocam as horas com um martelo numa grande sineta. Já os seus “filhos”, Jacquelinet e Jacquelinette, tocam os quartos de hora numa sineta mais pequena. Se, tal como nós, aprecia monumentos religiosos, não deixe de visitar o interior da igreja. Os vitrais são absolutamente deslumbrantes e valem bem a visita.

Jardim Darcy

O nosso passeio a pé levou-nos naturalmente até aqui. Este pequeno parque é modesto em tamanho, mas cheio de charme. Foi o primeiro jardim público criado na cidade. À entrada, encontra-se uma cópia do urso do escultor borgonhês François Pompon.

✧ Outras sugestões de visitas em Dijon : A Catedral de Saint-Bénigne de Dijon (que estava em obras durante a nossa visita), o Poço de Moisés, o Jardim Botânico da Arquebuse, o Museu da Vida Borgonhesa, entre outros.

O que ver nos arredores de Dijon ?

Castelo de Marsannay

Mais próximo de Dijon, encaixa-se perfeitamente num pequeno roteiro entre as duas cidades. O Castelo de Marsannay, construído em 1990, está ligado ao domínio vitivinícola homónimo, que se estende por 34 hectares.

Aqui, aproveitámos a visita guiada: começa com uma apresentação da Borgonha e dos seus vinhos, segue-se pelas caves, onde são armazenados os barris, e termina com uma prova de vinhos. Foi uma das primeiras vezes que fizemos uma visita tão completa (já tínhamos feito algo semelhante, mas para o champanhe, em Reims) e gostámos imenso.

Os vinhos da Borgonha são bastante complexos, por isso ter todas as explicações ajuda muito a compreender melhor, especialmente para “novatos” como nós.

Castelo do Clos de Vougeot

Localizado no coração da Rota dos Grandes Crus da Borgonha, o Castelo do Clos de Vougeot é considerado o “Santo Sé dos Climats”. Os “Climats” da Borgonha são pequenas parcelas de vinha com características geográficas e climáticas únicas, que dão aos vinhos sabores e aromas distintos.

No século XII, monges iniciaram a construção de edifícios para a exploração vitivinícola em meio às vinhas. Quatro séculos mais tarde, foi acrescentado um corpo principal em estilo renascentista.

Hoje, o castelo já não produz vinho, mas tornou-se um símbolo de mil anos de História da região. Perdemos a visita guiada, mas é possível encontrar explicações em alguns pontos do castelo e no folheto entregue à entrada. A visita agradou-nos imenso, especialmente pelas salas com coleções antigas, verdadeiramente impressionantes.

Para completar, a localização do castelo, no meio das vinhas, é absolutamente magnífica.

Beaune

Hospices de Beaune, Mostardaria Fallot, Museu dos Vinhos da Borgonha, Castelo de Pommard… Contamos-vos tudo com mais detalhes no nosso artigo “Visitar Beaune”, disponível clicando no link. 🙂

Rota dos Grandes Crus da Borgonha

De Dijon a Santenay, a Rota dos Grandes Crus da Borgonha é um percurso turístico de 60 quilómetros. Ela atravessa os mais prestigiados vinhedos da região, abrangendo 38 vilas vinícolas das Côtes de Beaune e Côtes de Nuits. Entre as paragens imperdíveis, não deixe de visitar Pommard, Beaune, Vougeot ou Marsannay.

Visitar Dijon: informações práticas

Como chegar a Dijon / como circular

A cidade de Dijon pode ser visitada a pé, naturalmente, e a estação de autocarros fica relativamente perto do centro. No entanto, para percorrer a Rota dos Grandes Crus e explorar os arredores, recomendamos que tenha um veículo.

Onde dormir ?

Ficámos no hôtel B&B centre de Dijon : que não podemos recomendar de forma entusiástica. A noite não foi cara, a localização era razoável com alguns lugares de estacionamento, e o pequeno-almoço era generoso. No entanto, o quarto era bastante básico, sem decoração particular, e a limpeza deixava um pouco a desejar.

Onde comer ?

No primeiro dia, fizemos várias visitas seguidas e acabámos por beliscar algumas batatas fritas e um bolo… À noite, tínhamos uma reserva no restaurante do Grand Hôtel la Cloche, mas não conseguimos experimentar. Quando chegámos, disseram-nos que, afinal, só serviam os clientes do hotel na parte do restaurante. Não percebemos bem e não gostámos nada: tínhamos uma reserva e nem nos avisaram do cancelamento… Enfim, acabámos por jantar no primeiro restaurante disponível perto das Halles.

No dia seguinte, ao almoço, experimentámos a Brasserie des Loges, um pouco por acaso, e estava razoavelmente bom.

Visitar Dijon com Bebé

Visitámos Dijon durante 2 dias com o nosso bebé, que na altura tinha 9 meses. O carrinho de bebé é bastante prático para se deslocar pela cidade, e também levámos um porta-bebés (usamos um Love Radius), especialmente para visitar a torre. Portanto, não há qualquer problema em explorar a cidade e os arredores com um bebé 🙂

✤✤✤

Dijon foi uma bela descoberta! Gostámos muito da sua tranquilidade, da arquitetura, do nosso percurso a seguir a coruja, dos vinhedos e das casas famosas… Voltaremos com prazer para aprender um pouco mais sobre a mostarda de Dijon e provar as especialidades da Borgonha, eh eh!

Obrigado à Florence, do escritório de Turismo de Dijon que nos ajudou a preparar esta viagem em cima da hora.

visiter Dijon
Ça vous a plu ?
Subscribe
Notify of
guest

0 Commentaires
Oldest
Newest Most Voted
Inline Feedbacks
View all comments